O poeta baiano Gregório de Matos do setecentos brasileiro é um dos grandes ícones de nossa Literatura. Todavia, há ainda um impasse mal resolvido em sua crítica. Ora disse-se que o escritor se apropriou de versos traduzidos dos poetas espanhóis Francisco de Quevedo e Luis De Gongora introduzindo-os em seus póprios versos; ora dize-se que ele traduziu os poemas na íntegra sem mencionar os autores originais.
O que a História da Tradução pode mostrar é que no Setecentos ainda não existia a ideia de autoria, conceito que será manifesto com maior vigor no século XIX, portanto, os atos de imitar, criar, plagiar e traduzir não tinham diferenças - o que pode ser uma possível explicação para o caso.
Entretanto, há questões que ainda ficam no ar: se é tradução, por que o poeta não mencionou a autoria? Por que misturar versos dos poemas alheios em meio aos seus?
Uma boa pesquisa aos interessados. Deixo aqui dois textos que dão um pontapé nessa questão:
Os sonetos de Gregório de Mattos de Silvia La Regina. Disponível aqui.
Personas gregorianas: a poesia de Gregório de Matos e as convenções retóricas de Antônio Donizeti Pires. Disponível aqui.
Boa leitura!
Nenhum comentário:
Postar um comentário