segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

BARÃO DE VILA DA BARRA, tradutor de Dante

Francisco Bonifácio de Abreu (1819-1887), conhecido por ser o barão da Vila da Barra, foi um médico, parlamentar e poeta brasileiro.
Foi autor de várias obras científicas e literárias, dentre estas últimas estão “Tersina” (romance em versos, publicado na Bahia, em 1848), “Palmira, ou a ceguinha brasileira” (Bahia, 1849), “Moema e Paraguassu” (ópera lírica).
Entretanto, poucos se recordam que ele também traduziu “A Divina Comédia”, de Dante Aliglieri. Talvez, uma das primeiras traduções feitas no Brasil.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Traduções perdidas de Castro Alves





O famoso poeta brasileiro Castro Alves também escreveu para o teatro. Muitas de suas peças são pouco conhecidas e estudadas. Entretanto, o que chama atenção é que Castro Alves foi também tradutor de teatro. Tem-se notícias que ele traduziu Clarinha e Clarim (no original, La Dot de Cécile) do dramaturgo francês Gabriel-Zéphirin Gonyn de Lurieu (1792- 1869) e também Os pomos do meu Pomar, vaudevile de autor não identificado, representada no teatro Santa Isabel em Recife.
Seria muito interessante achar esses originais e cotejar suas traduções.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Filinto de Almeida também era tradutor


Francisco Filinto de Almeida, mais conhecido como Filinto de Almeida, foi poeta e destacou-se no meio literário e também jornalístico. Português de nascimento, mas naturalizado brasileiro, fez parte da Academia Brasileira de Letras.

Foi esposo de Júlia Lopes de Almeida e utilizava diversos pseudônimos: Filindal, Chico Férula, A., A. Bomtempo, A. Julinto (com Júlia Lopes de Almeida), Munícipe Urbano, João da Luz, Justo Leal, P. Talma e Zé Bananal.

Colaborou junto com Júlia Lopes para o Jornal do Comércio com o folhetim A casa verde. É conhecido, especialmente, por sua última obra Cantos e cantigas (1915), coletânea poética.

Poucos sabem que Filinto de Almeida foi igualmente tradutor. E suas traduções ainda são inéditas. Traduziu, em particular, com colaboração de Valetim Magalhães, o teatro do escritor espanhol José Echegaray y Eizaguirre (No seio da morte, Lo que no puede decirse, Amostra de uma Sogra). E é também de sua lavra uma versão da ópera Cavalleria rusticana de Pietro Mascagni.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Pedro Macedo de Aguiar, tradutor de Alphonse Daudet



Pedro Francisco de Aguiar (1851- ?) foi doutor em Medicina no Rio de Janeiro e professor de francês na Escola Naval. Como dramaturgo escreveu a peça Fernando, apresentada perante o Imperador. E em 1880, traduziu a peça O Obstáculo do autor francês Alphonse Daudet. Esta foi representada no Teatro Lucinda em 7 de outubro de 1891.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

As adaptações de Georges Moustaki

Para quem se interessa por traduções de músicas, um caso muito especial são as traduções de Georges Moustaki de músicas brasileiras para a sociedade francesa como por exemplo Águas de Marços/ Les Euax de Mars, veja abaixo:




Manuel Ramos em seu artigo L’adaptation par Georges Moustaki de chansons brésiliennes (disponível aqui) faz um estudo peculiar sobre essas traduções/adaptações.
Vale a pena conferir!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Simpósio História e Historiografia da Tradução do ENTRAD




Para aqueles que querem aprender mais ou mostrar suas pesquisas em Historiografia da Tradução no Brasil, já estão abertas as inscrições para o ENTRAD 2016 (Encontro Nacional de Tradutores) promovido pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM TRADUÇÃO (ABRAPT).

O simpósio de História e Historiografia da Tradução será coordenado por John Milton (USP) e Márcia do Amaral Peixoto Martins (PUC-RJ). Eis o resumo do simpósio:

Nas últimas décadas, observou-se um crescente interesse pela história e historiografia da tradução, campo que está se consolidando no Brasil, constituindo áreas temáticas e simpósios em congressos sobre Estudos da Tradução e dando origem a publicações como Emerging Views on Translation History in Brazil, CROP (2001), e os números especiais de Tradução em Revista (2010/1 e 2015/1). Ainda há, no entanto, muitas questões a serem exploradas, como desafios em termos metodológicos, a delimitação do campo de estudo, as interfaces com outros campos disciplinares e o desenvolvimento de áreas de pesquisa, sobretudo a da história da tradução no Brasil.
A sessão coordenada da área temática “História e historiografia da tradução” contemplará trabalhos inéditos com ênfase em aspectos metodológicos e teóricos, em ligações com outras disciplinas, especialmente a História, e em estudos historiográficos sobre a tradução no Brasil ou em outras regiões/culturas. Há possibilidade de publicação de coletânea com trabalhos selecionados por parte de editora internacional.
***
In recent decades, there has been a growing interest in the history and historiography of translation, a field that has been growing and becoming more consolidated in Brazil. This can be seen in congresses in the area, which have regularly featured sessions and symposia on history and translation, and publications such as Emerging Views on Translation History in Brazil, CROP (2001), and special issues of Translation in Review (2010/1 and 2015/1). There are still, however, many questions to be explored, such as challenges in terms of methodology, the delimitation of the field of study, interfaces with other disciplines and the development of research areas, especially the history of translation in Brazil. The thematic area "History and Historiography of Translation" will consider previously unpublished papers, especially those with an emphasis on methodological and theoretical aspects, connections with other disciplines, especially others areas of historical studies, and historiographical studies on the translation in Brazil or in other regions / cultures. There is possibility of a collection of selected papers being published by an international publisher.

Mais informações: http://www.abrapt.ileel.ufu.br

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Cadê as traduções de Modesto de Abreu ?



Modesto de Abreu (1901-1996) foi jornalista, professor, cronista, autor didático e tradutor. Colaborou para diversos periódicos e foi diretor de inúmeras instituições. Foi doutor em filosofia pela faculdade de Filosofia do do Rio de Janeiro e pertenceu a diversas academias de letras. Escreveu muitas peças de teatro e é extramente lembrado por seu texto sobre o primeiro centenário do teatro no Brasil, publicado no Jornal do Brasil em 1938.

Infelizmente, ainda não se conseguiu localizar nenhuma de suas traduções. Todavia, pelo gabarito de sua pessoa, pode-se inferir que traduziu bastante. Seria de grande valia se alguém pesquisasse sobre elas para sabermos o quê, de fato, traduziu e que autores traduziu.

Fica aí a dica de uma boa pesquisa.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Pepa Martins de Abreu, tradutora portuguesa no Brasil


Pepa Martins de Abreu  Melo Vieira (1890-1962), foi atriz, escritora e jornalista. Usou o nome artístico de Pepita de Abreu. Nasceu em Lisboa, mas veio para o Rio de Janeiro em 1919 no elenco da Companhia Maria Matos e aqui ficou até 1946.
No Rio de Janeiro, foi redatora das publicações do Jornal do ComércioBoa Noite. Escreveu para as revistas Boa Tarde e Mato de Arlequim e traduziu as comédias francesas Asas Partidas e Missa do Galo, representadas no Rio de Janeiro. 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Jonathas Abbott, médico-tradutor


Jonathas Abbott, nasceu em Londres, em 6 de agosto de 1796, e morreu em Caminho Novo do Gravatá, 8 de março de 1868. Naturalizou-se brasileiro e atuou como médico formado pela Escola de Cirurgia da Bahia.
Ficou muito conhecido por seus escritos em Anatomia e teve várias agremiações científicas nacionais e estrangeiras. Além disso tudo, foi tradutor de teatro. Dentre duas traduções encontram-se: Pizarro ou Os Hespanhoes no Peru, traduzido do inglês, e Tartufo de Molière, traduzido livremente.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Adelina Lopes Vieira - a versão tradutora




Adelina Lopes Vieira, que nasceu em Lisboa em 20 de setembro de 1850 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 2 de fevereiro de 1923, ficou conhecida no Brasil como escritora de contos infantis. Entretanto, poucos sabem que também foi tradutora e adapatora de livros didáticos para crianças junto com sua irmão Júlia Lopes.
Uma de suas traduções oficialmente conhecidas é a comédia teatral A Terrina, de Ernesto Hervelly.
Possivelmente tenha adaptado (ou traduzido livremente) livros estrangeiros didáticos e contos dos Irmãos Grimm.
Seria ótimo se alguém aprofundasse o estudo sobre Adelina Lopes como tradutora.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Testemunha Ocular: O uso de imagens como evidência histórica

Para todos os interessados em estudar Iconografia da Tradução, recomendo muitíssimo a leitura do livro Testemunha Ocular: O uso de imagens como evidência histórica de Peter Burker. O campo da iconografia é um dos campos dos Estudos de Tradução ainda muito incipiente no Brasil e sem muitos estudos de caso.


Resumo da obra tirado do site da editora:

Em Testemunha ocular, Peter Burke mostra ao público a importância da leitura das imagens como fontes históricas – assim como se faz com os próprios documentos escritos. Ao percorrer o mundo das artes, o autor discorre sobre as dificuldades de se interpretar as obras de um ponto de vista histórico, alertando para as inúmeras armadilhas que um leitor pouco atento ao contexto dessas imagens poderia ser vítima. Ainda que dialogue com historiadores da arte como Hauser, Gombrich e Panofsky, este livro não é um manual sobre como analisar os diversos aspectos das imagens, e sim uma obra fluida e abrangente a respeito de aspectos culturais e sociais da história das imagens. 

Em Testemunha ocular, Peter Burke mostra ao público a importância da leitura das imagens como fontes históricas – assim como se faz com os próprios documentos escritos. Ao percorrer o mundo das artes, o autor discorre sobre as dificuldades de se interpretar as obras de um ponto de vista histórico, alertando para as inúmeras armadilhas que um leitor pouco atento ao contexto dessas imagens poderia ser vítima. Ainda que dialogue com historiadores da arte como Hauser, Gombrich e Panofsky, este livro não é um manual sobre como analisar os diversos aspectos das imagens, e sim uma obra fluida e abrangente a respeito de aspectos culturais e sociais da história das imagens.

Vale muito a pena ler!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Francisco Félix de Sousa - Chachá I


Francisco Félix de Sousa (1754 - 1849),  foi um dos grandes traficantes de escravos entre a África e o Brasil. Com descendência negra e indígena, é conhecido também por ser um dos grandes intérpretes do período colonial no Brasil. Tinha facilidade em aprender línguas e, provavelmente, sabia, além de línguas europeias, algumas línguas africanas. É uma personalidade extremanete cultuada no Benim por originar a comunidade brasiliera do país - os agudás - que os chamam de Chachá I.
Para os interessados em saber mais sobre sua história, aconselho a leitura de sua biografia Francisco Félix de Souza, mercador de escravos, do historiador brasileiro Alberto da Costa e Silva.




terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Tradução de quadrinhos e Mangás (mais referências)

Continuando uma postagem anterior sobre tradução de quadrinhos e mangás no Brasil (disponível aqui), eis mais alguns trabalhos:


aqui As tiras de Mafalda no Brasil: tradutores e traduções de Bárbara Zocal da Silva
aqui Historiografia das traduções do Quixote publicadas no Brasil, provérbios do Sancho Pança de Silvia Cobelo

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

"História dos impressos e da tradução nos séculos XIX e XX: trajetórias e circularidades"

Convido todos os interessados a participarem do simpósio "História dos impressos e da tradução nos séculos XIX e XX: trajetórias e circularidades" que faz parte do evento do V Encontro de pesquisa em História (Ephis). As inscrições são feitas diretamente no site http://www.ephisufmg.com.br/simposios-tematicos/inscricao/ dos dias 12 de fevereiro ao dia 13 de março na UFMG (BH/MG)



Eis o resumo do simpósio:
História dos impressos e da tradução nos séculos XIX e XX: trajetórias e circularidades
Sabe-se que a pesquisa em imprensa se tornou foco de interesse de vários estudiosos nas últimas décadas, já que cada vez mais, bases de dados têm sido criadas, bem como acervos têm sido digitalizados. Nessa medida, os impressos se caracterizam como importantes fontes de pesquisa histórica ao apontar a pluralidade de debates e posicionamentos políticos, culturais e sociais. A gama de possibilidades abertas passou a ser imensurável, mas apesar de sua importância, as fontes impressas somente conquistaram espaço na historiografia após a alteração na concepção de documento em meados do século XX. Ainda na década de 1970 eram poucos os trabalhos no Brasil que empregavam a imprensa como fonte histórica, embora houvesse o reconhecimento da importância dos periódicos e preocupação com uma escrita da História da Imprensa. Com as alterações nas práticas historiográficas, todas as possibilidades de pesquisa geradas pelos periódicos foram consideradas. Em meio a grande diversidade de impressos no Brasil, no século XIX e XX, a influência estrangeira foi decisiva, seja por meio dos modelos que serviram de inspiração, seja pela ação dos indivíduos que para cá vieram e também tiveram sua produção modificada. No caso das traduções, muito frequentes nessa época, tal paradigma não é novo. Se percorrermos sua história no século XIX em que desde simples folhetos e cordéis, bem como romances e livros técnico-científicos eram produzidos por intermédio do processo de tradução, percebe-se que há questões a serem investigadas, como por exemplo, quem os traduziu?; quais seus destinos?; que ideias circulavam por meio desses impressos/traduções?; que história pode ainda ser (re)escrita com o estudo de tais fontes?. Se por um lado, os impressos (traduzidos ou não) são fontes, por outro lado, seus produtores são igualmente peças fundamentais para se compreender a existências de tais bens culturais. A biografia de tradutores, editores, professores, jornalistas, escritores, historiadores, políticos, cientistas bem como outras fontes impressas tais como inventários, memorandos, cartas, livros de visitas, catálogos, fichas de bibliotecas podem auxiliar na descoberta dos caminhos, trajetórias e circularidades dos livros. Desse modo, valorizando a pluralidade de pesquisas possíveis através da imprensa e dos impressos, o Seminário Temático proposto tem como objetivo reunir pesquisas que têm como foco o interesse pela imprensa escrita entre o século XIX e XX, objetivando reunir trabalhos que debatam diversos temas com enfoques teóricos, políticos, culturais, econômicos, sociais e religiosos, bem como, trabalhos que investigam quem são os indivíduos que possibilitaram o funcionamento da imprensa, as ideias em circulação nesses impressos, além de estudos que priorizem a história da tradução no Brasil.
Aguardo a participação de todos!!!!

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Ensino de Tradução no Brasil (algumas referências)

Coloco aqui algumas referências de pesquisadores brasileiros relacionados ao ensino de Tradução no Brasil. O número é muito grande, portanto, são somente algumas referências mesmo.

Boa Leitura!

Artigos Avulsos:




O número 17 da revista Cadernos de Tradução:

Formação de tradutores e pesquisadores em estudos da tradução
Adriana Pagano e Maria Lúcia Vasconcellos (Orgs.)

Apresentação

Apresentação
Adriana Pagano, Maria Lúcia Vasconcellos


Artigos

Andréia Guerini, Mariè-Hélene Torres


Marcia Amaral Peixoto Martins


José Luiz Vila Real Gonçalves, Ingrid Trioni Nunes Machado


Célia Magalhães, Fábio Alves


Érika Nogueira de Andrade Stupiello


Maria Paula Frota


João Azenha Jr


Maria da Graça Krieger


Adriana Pagano, Maria Lúcia Vasconcellos


Bibliografia selecionada.
Adriana Pagano, Maria Lúcia Vasconcellos





O número 4 da revista Tradterm :

Ensino de tradução
 João Azenha Júnior (org.)

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Reivindicação dos direitos das mulheres



Anteriormente no blog, já havíamos comentado aqui sobre sobre a adaptação de Nísia Floresta da clássica obra A vindication of rigths of Woman de Mary Wollstonecraft que possívelmente ela teria traduzido. Depois, comentamos aqui que na realidade, segundo Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke, a escritora teria traduzido um plágio que circulava na Europa em francês. E então, comentamos que a tradução desta obra de Mary Wollstonecraft até hoje ainda não havia sido feita direta do inglês.

Todavia, descobrimos recentemente que a tradução de A vindication of rigths of Woman de Mary Wollstonecraft foi feita ano passado (2015) e  a obra se encontra, pela primeira vez, disponível em português do Brasil pela editora Boitempo.

O livro é um clássico do feminismo do século XVIII com ideias inovadoras e reflexões ainda válidas sobre o papel da mulher na sociedade e a opressão do homem a gêneros diferentes ao dele.

Vale a pena ler! 

Parabéns Boitempo pela iniciativa da publicação de tão importante obra nos dias atuais!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Érico Veríssimo, tradutor

Érico Veríssimo (1905-1975) é muito conhecido no Brasil por sua obra literária, mas ele foi igualmente editor e tradutor.
Existem alguns trabalhos muito interessantes para quem quiser conhecer melhor essa faceta desse escritor brasileiro:

O livro Waldermar Torres intitulado Érico Veríssimo, editor e tradutor: viagem através da literatura








A tese de doutorado de Paula Godói Arbex, Erico Veríssimo, tradutor
A dissertação de mestrado de Cleide Antônia Rapucci, A reescritura de Katherine Mansfield por Érico Veríssimo: análise descritiva da tradução para o português de Bliss & other stories, disponível aqui.
Outra dissertação de mestrado de Sheila Maria Tabosa Silva Souto, Tradução no contexto da Era Vargas: Erico Veríssimo, tradutor de Aldous Huxley, disponível aqui.


e os artigos:



Érico Veríssimo eo fantasma da tradução de Paula Arbex, disponível aqui.

Editor Érico Veríssimo e a produção editorial da Globo de Marília de Araújo Barcellos, disponível aqui.

Boa leitura!



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A tradução literária de Paulo Henriques Britto




Em 2012, o sábio e experimentado tradutor e também professor Paulo Henriques Britto lança o livro A tradução literária que traz os fundamentos daquilo que ele considera essencial para exercer o ofício de tradutor de prosa e poesia de textos permeados de literariedade.
A obra é um marco para a teoria brasileira da tradução por balancear as famosas dicotomias  prática/teoria, sala de aula/mercado de trabalho, crítico de tradução/tradutor. A experiência do tradutor, bem como de professor estão presentes no livro e modalizadas em suas posturas de alguém que está entre mercado editorial e universo acadêmico.
Aconselho como forma de aperitivo, antes da leitura integral, a leitura da resenha do livro feita por Giovana Bleyer Ferreira dos Santos disponível aqui.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O Brasil Traduzido - Palavra estrangeira

O Brasil Traduzido - Palavra estrangeira 
é um livro organizado por Claudia Borges de Faveri e reune textos sobre a recepção de obras brasileiras publicadas no exterior. O livro é bem heterogênio e traz uma visão ocidental e praticamente literária das traduções feitas na Europa e nas Américas.






Eis os capítulos do livro:

O Brasil em tradução
Claudia Borges de Faveri
 Ensaios
As traduções do Brasil - Um fluxo contínuo do século XVI à atualidade: elementos para uma análise não dicotômica
Claudia Borges de Faveri
Jorge Amado e Capitães da areia na Itália
Giselle Larizzatti Agazzi
Antologías de poesía brasileña en traducción al castellano e historias de la literatura brasileña: posibles relaciones
Rosario Lazaro Igoa
Guimarães Rosa fora do Brasil: padrões nas escolhas de títulos para as traduções de Grande sertão: veredas
Daniel Alves
A recepção das traduções em italiano das obras de Gilberto Freyre
Nicoletta Cherobin
Quatro traduções para o espanhol de Memórias póstumas de Brás Cubas: uma resenha crítica
Pablo Cardellino Soto
Os Estados Unidos da América traduzem o Brasil: uma análise da última década
Sarah Fernandes & Thaís Fernandes
Edições Métailié: um olhar francês sobre a literatura brasileira
Ana Cristina Cardoso
A recepção de Darcy Ribeiro na Itália através de suas traduções
Katia Zornetta
Vale a pena a leitura!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Alvaro Hattnher traduzindo a negritude

Já havia mencionado em postagens anteiores sobre a questão de tradução de autores negros no Brasil, bem como de Literatura Negra ( aquiaqui e aqui).
Hoje, deixo mais algumas referências de análises historiográficas e estéticas feitas pelo professor Alvaro Hattnher a respeito das traduções de autores afro-americanos traduzidos ou "imitados" no Brasil:


A poesia negra na literatura afro-brasileira: exercícios de definição e algumas possibilidades de investigação. disponível aqui.

Contrapontos da negritude: vozes afro-brasileiras e afro-americanas em diálogo.

Presença de autores afro-americanos no Brasil: As traduções. disponível aqui.

Langston Hughes no Brasil: As traduções.

O que fica bem claro até o presente momento é que a estética mais difundida e mais traduzida de autoria negra no Brasil ainda é a norte-americana. 
Há ainda muitas traduções de autores negros a serem feitas para suprir o que considero como preconceito de tradução enraizado na historiografia brasileira.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Tradução e Ciência nos trabalhos de Cristina de Amorim Machado






Os trabalhos de Cristina de Amorim Machado são muito interessantes para aqueles que querem abordar uma história da tradução de textos ciêntificos, um campo ainda pouco explorado na historiografia brasileira. 
Apesar da pesquisadora se deter muito na historiografia portuguesa da tradução, muitos de seus postulados servem para iniciarmos uma investigação minuciosa sobre a tradução de textos científicos no âmbito brasileiro.
Deixo aqui parte de suas pesquisas como referências de leituras:

O Tetrabiblos na história: um percurso de traduções da obra astrológica de Ptolomeu. disponível aqui.
Quatro textos e algumas idéias sobre o papel da tradução e da ?astrolomia? na expansão marítima portuguesa nos anos quatrocentistas e quinhentistas. disponível aqui.
A tradução de textos científicos no período da expansão marítima, uma história em construção. disponível aqui.
Notas sobre as primeiras traduções científicas em língua portuguesa: astrologia e desenvolvimento náutico na Península Ibérica. disponível aqui.
O papel da tradução na transmissão da ciência: o caso do Tetrabiblos de Ptolomeu. disponível aqui.

Boa leitura e que venham mais estudos historiogáficos sobre textos científicos no Brasil.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Dom Pedro II, tradutor

Para quem não sabe, Dom Pedro II também foi tradutor das mais diversas línguas e dos mais diversos textos. A quantidade de traduções e como ele exercia tal ofício em meio aos seus afazeres de imperador ainda é um mistério e um bom tema de pesquisa.
Em 2013, um livro sobre o assunto foi organizado por Noêmia Guimarães Soares, Rosane de Souza e Sergio Romanelli:



Boa descoberta aos interessados!

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Versão brasileira de Irene Hirsch





Um dos trabalhos primoroso de historiografia da tradução no Brasil é sem dúvidas Versão Brasileira: traduções de autores de ficção em prosa norte-americanos do século XIX de Irene Hirsch.
O livro aborda a tradução de best-sellers norte-americanos traduzidos no século XX no Brasil, além de analisar como e por quem eram feitas tais traduções.
Para quem está iniciando as pesquisas em historiografia da tradução, este livro sem dúvida ensina muito.
Boa leitura!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Liberato Mitchel




Liberato Michel é um dos poucos nomes que aparecem nos jornais do século XIX oferecendo seus serviços de tradutor juramentado. 

Pouco se sabe sobre sua vida, provavelmente tenha chegado na década de 1870 em Macéio, era caxeiro de origem inglesa, tendo progredido já no início do século XX de corretor-geral a altos cargos legislativos. 

Várias menções sobre ele são ditas nos jornais O Luzeiro, O Liberal, Diário de Alagoas dentre outros jornais.

Valeria a pena fazer uma pesquisa para saber mais detalhes deste intérprete.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

"O Selvagem" de Couto de Magalhães




A obra O selvagem (1876) do militar Couto de Maglhães é o primeiro método formal com a intenção de instruir e ensinar intépretes militares.
O objetivo da obra é descrita logo nas primeiras folhas:

Tal obra merece um estudo mais aprofundado a fim de empreender melhor uma História da Interpretação no século XIX tão pouco estudada.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Vermelho Brasil - um estudo audivisual do intérprete colonial



O filme Vermelho Brasil que é um filme épico histórico baseado no livro homônimo (Rouge Brésil) do escritor francês Jean-Christophe Rufin.

Eis a história do filme: 

Em 1555, Just e Colombe Clamorgan, dois jovens franceses decidem ir ao Brasil em busca de seu pai. Eles são contratados como intérpretes em uma expedição colonial liderada pelo almirante Villegagnon. As mulheres não são bem-vindas nas expedições. Então, Colombe veste-se como homem e passa a se chamar Colin.

Os franceses ao se instalar numa colônia em terras portuguesas em nome do rei Henrique II são rapidamente confrontados com os povos indígenas, alguns canibais tradicionais e outros escravos do bandido português João da Silva. Colombe é capturada pelos índios, mas conseguiu se integrar dentro da tribo liderada pelo antigo francês Pay Lo que fez sua vida entre eles. Villegagnon desenvolve planos para construir uma fortaleza de pedra, mas com a falta de recursos humanos, tem de negociar com João da Silva no empréstimo de escravos indígenas, contrariando os princípios ditados por seu humanismo, a sua fé religiosa e respeito às populações locais.

Apesar das dificuldades, Villegagnon continua com seu objetivo de construir uma colônia francesa governada com humanismo. Para competir com o poder de José da Silva, pediu reforços para o rei da França e John Calvin. Villegagnon fez amizade com Just, o filho de seu antigo companheiro da cavalaria. Colombe, escondendo-se na tribo de Pay Lo, se adapta com prazer ao estilo de vida indígena. A chegada de colonos enviados por John Calvin, acompanhados por suas esposas, aumenta as tensões religiosas, enquanto que José da Silva prepara a destruição da colônia.


O que chama atenção neste filme são os personagens que fazem os papéis de intérpretes. Para quem estuda a historiografia da tradução, os passos de como os intérpretes eram recrutados, de como eles aprendiam as línguas indígenas, de como eram postos de frente com as comunidades indígenas são minuciosamente trabalhados no filme.
Alguns dos elementos são reforçados ou confirmados pela História, outros parecem estar no imaginário do cineastra, mas que nos fazem refletir de como era a intereção/ necessidade dos intérpretes na época colonial no Brasil.

Um bom estudo do imaginário do intérprete poderia ser feito a partir deste filme.
Vale a pena ver!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Gregório de Matos Tradutor?



O poeta baiano Gregório de Matos do setecentos brasileiro é um dos grandes ícones de nossa Literatura. Todavia, há ainda um impasse mal resolvido em sua crítica. Ora disse-se que o escritor se apropriou de versos traduzidos dos poetas espanhóis Francisco de Quevedo e Luis De Gongora introduzindo-os em seus póprios versos; ora dize-se que ele traduziu os poemas na íntegra sem mencionar os autores originais.
O que a História da Tradução pode mostrar é que no Setecentos ainda não existia a ideia de autoria, conceito que será manifesto com maior vigor no século XIX, portanto, os atos de imitar, criar, plagiar e traduzir não tinham diferenças - o que pode ser uma possível explicação para o caso.
Entretanto, há questões que ainda ficam no ar: se é tradução, por que o poeta não mencionou a autoria? Por que misturar versos dos poemas alheios em meio aos seus?

Uma boa pesquisa aos interessados. Deixo aqui dois textos que dão um pontapé nessa questão:


Os sonetos de Gregório de Mattos de Silvia La Regina. Disponível aqui.

Personas gregorianas: a poesia de Gregório de Matos e as convenções retóricas de Antônio Donizeti Pires. Disponível aqui.

Boa leitura!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Os Estudos da Tradução no Brasil - referências de uma história

Para quem se interessa pela história dos Estudos da Tradução no Brasil, indico algumas referências:

Os estudos da Tradução no Brasil nos séculos XX e XXI organizado pelos professores Andreia Guerini, Marie Hélène Torres e Walter Carlos Costa. Disponível aqui.



Um balanço dos estudos da tradução no Brasil. Artigo de Maria Paula Frota. Disponível aqui.

Os Estudos da da Tradução no Brasil: Relatos de Pesquisa. Artigo de Sinara Oliveira Branco. Disponível aqui.

Estudos da tradução no Brasil: reflexões sobre teses e dissertações elaboradas por pesquisadores brasileiros nas décadas de 1980 e 1990. Artigo de Adriana Pagano e Maria Lúcia Vasconcellos. Disponível aqui.

Caminhos e Descaminhos dos Estudos da Tradução e Interpretação no Brasil. Artigo de Heloísa Gonçalves Barbosa. Disponível aqui.

Editorial: Los Estudios de Traducción en Brasil. Artigo de John Milton. Disponível aqui.

Boa leitura!