Se olharmos um pouco nossa História da tradução no Brasil, observaremos que durante algum tempo o trabalho da tradução foi reservado àqueles que não eram escritores ou àqueles que queriam ser escritores. Seria como que um estágio para se tornar escritor.
Isto se deve a inúmeros fatos. Grosso modo, poderíamos citar três:
* A produção literária no Brasil era fraca, isto é, não existia propriamente dita a profissão de escritor;
* Não havia parâmetros para a produção de uma literatura nacional, logo, tudo era imitado da Europa;
* O mercado livreiro estava interessado em lucro, portanto, era mais viável investir em algo que ia trazer dinheiro rápido do que estimular um autor ou a venda de uma obra totalmente desconhecida e de retorno financeiro incerto.
Devido a esses fatos, a tradução era o melhor meio de ter acesso à estética de um texto e de imitá-lo, bem como de estar perto de quem era capaz de lançar um escritor no mercado livreiro: os editores.
Parte desta história nos é contada por Lenita Esteves em seu artigo A tradução no romance-folhetim no século XIX brasileiro disponível aqui.
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