MULHER[idades] & Tradução no Brasil que acontecerá no evento IV COLÓQUIO INTERNACIONAL DE LITERATURA E GÊNERO entre os dias 5 a 7 de setembro de 2018.
Resumo do simpósio:
A tradução no Brasil sempre um ofício de homens e este fato é
comprovado pela história e pelo apagamento de figuras femininas na narrativa
historiográfica patriarcal ainda vigente no senso comum. Se a recente História
das Mulheres vem reivindicando o papel feminino e mostrando sua importância
para a formação dos Estados-nações, os Estudos Feministas solicitam um olhar
epistemológico para esse tipo de pesquisa. Apoiado tanto na disciplina História
quanto na epistemologia feminista, os Estudos de Tradução, disciplina
transdisciplinar, têm trazido novos questionamentos para as relações entre
tradução e mulheridades (termo que
abarcar o conceito de mulher para além do conceito biológico): Quem é
tradutora? Quais seus nomes? O que traduzem? Como traduzem? Para quem traduzem?
De onde traduzem? Existe uma voz tradutora no texto traduzido? Tradutora só
traduz texto de mulheres? Qual a relação entre mercado de trabalho e
tradutoras? Há uma diferença entre tradutores e tradutoras? Todos esses
questionamentos que envolvem o olhar feminista e a reinvindicação das
mulheridades atualmente são questões que envolvem representatividade,
visibilidade, pensamento feminista, direitos humanos, discurso (de)construído e
descolonização (do saber, do ser e do poder) por intermédio da escrita enquanto
tradução. A recontextualização de um texto de uma mulher em outra cultura, ou
de um texto qualquer feito por uma mulher pode envolver tanto diferenças
culturais quanto questionamentos sociais e políticos. Repensar a tradução a
partir do sujeito – no nosso caso a mulher - que a realiza é observar quais as
possíveis relações entre o agente de tradução e seu processo de produção.
Segundo Antoine Berman, o ato de traduzir envolve ao mesmo três princípios: o projeto
de tradução, o horizonte do tradutor e a posição tradutiva. Isto é, ao traduzir
uma tradutora tem algumas concepções de como ela pretende realizar sua tradução
e além disso, ela está inserida em um tempo/espaço próprio, um contexto
pessoal, social, político e cultural que de alguma forma afeta seu fazer
tradutório. A partir destas reflexões o presente simpósio pretende abarcar
reflexões sobre: a pesquisa em tradução feminista, a tradução de autoras dentro
da perspectiva mulheridades, a história de tradutoras, experiências
tradutórias, teorias feministas da tradução, a tradução engajada, questões de
lesbianidade e transexualidade na tradução, perspectivas étnicas da tradução
feminista, dentre outros temas.
Resumo do simpósio: https://www.academia.edu/
Site para inscrição:
http://icilg.uespi.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário