quinta-feira, 17 de maio de 2018

Chamada de Simpósio: Estudos de tradução & feminismos negros






Estão todos convidados a submeterem seus trabalhos no simpósio ST11 - Estudos de tradução & feminismos negros: decolonialismo, intersecionalidade e mulheridades negras.
As inscrições vão até o dia 24 de junho no site do SERNEGRA.

Resumo do simpósio:

Américas, África e Ásia compartilharam em suas histórias a experiência de dominação e opressão implementada pela empresa colonial. Na colonialidade, em suas diferentes expressões, raça e gênero foram os aspectos por sobre os quais a subjugação do colonizador mais pesou sobre o colonizado. Desta forma, as mulheres negras foram mantidas sempre em posição identitária, social, econômica e cultural invariavelmente abjeta. À mulher negra coube, então, resistir e insurgir contra a dupla e diuturna opressão que lhe impunham, a de gênero e a racial. Assim, mesmo engajadas em movimentos de liberação: a independência colonial, a luta antirracista, e o feminismo, as mulheres negras não tinham suas lutas e especificidades respaldadas nas pautas gerais de tais movimentos. No caso do movimento feminista, o chamado feminismo negro surge para endereçar as pautas específicas da mulher negra, a partir de sua posição dentro da estrutura social e das experiências de vida compartilhadas, em uma existência duplamente alijada e silenciada. Inclusive será no feminismo negro que surge o conceito de mulheridades negras, que abrange o conceito de mulher para além do reducionismo biológico. No campo da tradução e interpretação, historicamente a atividade foi exercida majoritariamente por homens brancos e as contribuições de homens negros e mulheres – brancas e negras – invisibilizadas. Não obstante, linhas de estudo como a Teoria Decolonial tem gestado, também na área da Tradução e Interpretação, o posicionamento, a atitude e a luta pela identificação e visibilidade de ‘lugares’ de exterioridade e construções alternativas na América Latina. Somado a isso, a Teoria da Interseccionalidade traz novos olhares para as complexas relações entre Estudos de Tradução, identidades sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação. Exemplo disso são os problemas encontrados no tange à norma padrão, ao preconceito linguístico, à hipercorreção, à revisão e publicação de (re)traduções, bem como à representação e à representatividade da tradução ou dos tradutores e tradutoras/intérpretes na mídia, na literatura, na narrativa historiográfica, na academia e no mercado de trabalho. Nesse sentido, propomo-nos, nesta Seção Temática, a retomar as discussões anteriores – a saber, em 2014, na terceira edição do evento, em que discutimos a “escrita tradutória negra: traduções e tradutores”; e em 2016, na quinta edição, quando "Tradução e Diáspora Negra: entre decolonialismo e antirracismo" foram problematizados. Para a edição de 2018, focalizamos a tradução (escrita ou oral) de, por e para mulheres negras. Portanto, pretendemos entender quem são as tradutoras/intérpretes negras, o que traduzem, como traduzem, para quem e de onde o fazem. Além disso, almejamos alargar o debate para o campo da representatividade e da representação – seja na ficção, na mídia, nas artes, na narrativa historiográfica, no mercado de trabalho, na academia, o que de fato se sabe, se fala, se imagina e se estuda sobre tradutoras/intérpretes negras e traduções de autoras negras. Assim, serão acolhidos trabalhos que versem sobre tais temas, contribuindo para o aprofundamento do debate e, igualmente, relatos de experiências de tradutoras, legendadoras, dubladoras e intérpretes negras ou de agentes de tradução traduzindo produtos de autoria feminina negra.                                                                                     

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