terça-feira, 29 de setembro de 2015

Tradutores do Setecentos: José Mariano da Conceição Veloso e Manuel Jacinto Nogueira da Gama

Deixo aqui dois artigos interessantes a respeito de dois tradutores do Setecentos brasileiro:

aqui Brasileiro tradutor e/ou traidor: Frei José Mariano da Conceição Veloso

  José Mariano da Conceição Veloso foi responsável por talvez o primeiro projeto de tradução mais importante para a História da Tradução no Brasil: o Arco do cego. Tal projeto visava tornar a língua portuguesa uma língua de expressão científica, bem como difundir conhecimentos a respeito de diversas ciências em solo brasileiro.

aqui Manuel Jacinto Nogueira da Gama: Ciência e tradução no final do século XVIII

Manuel Jacinto Nogueira da Gama foi um dos tradutores do século XVIII que estudou em Coimbra e se tornou importante intelectual contribuindo com traduções científicas para o Brasil. Entretanto, até o presente momento, nos parece ser ele o primeiro brasileiro a refletir sobre a tradução no seu ensaio intitulado "O discurso do tradutor".

Ambos os artigos são de Alessandra Ramos de Oliveira Harden.

Vale a pena serem lidos!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Os tradutores árcades

No setecentos, junto com o arcadismo brasileiro, tivemos paralelamente muitas traduções, as quais foram feitas, muitas vezes, pelos próprios poetas ácardes como Claudio Manuel da Costa. Todavia, o paradigma desta época são as traduções com intuito ideológico ou um certo tipo de tradução-revolução. 

Muitas foram as traduções feitas secretamente que almejavam difundir as ideias iluministas no Brasil, assim como almejavam o sentimento de brasilidade e indepêndencia. Os artigos abaixo tratam sobre este tema:

aqui Traduções na América Portuguesa: as bibliotecas dos revolucionários brasileiros de Irene Hirsch

aqui A tradução e a Inconfidência Mineira de Irene Hirsch


Boa leitura!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Chamada para o Simpósio : A tradução e o intercâmbio cultural na América Latina

Convido a todos a submeterem seus resumos para I Encuentro Latino-americano de Culturas: Integración intelectual en nuestra América no Simpósio A tradução e o intercâmbio cultural na América Latina organizado por mim e pleo professor John Milton.

Eis o argumento do simpósio:


Os intercâmbios culturais na América Latina foram intensos desde o descobrimento pelo colonizador europeu; e um dos meios mais eficazes para tal objetivo é a tradução enquanto produto, processo, que é tampem ligada à figura do tradutor. As ideias da Revolução Francesa, conhecidas por meio das traduções, influenciaram a Inconfidência Mineira de 1789, bem como os movimentos de independência da Coroa espanhola em Venezuela e Colômbia. Muitos foram os livros técnico-científicos, didáticos, manuais, compêndios e apostilas traduzidos que traziam os conhecimentos de diversas áreas que auxiliavam na propagação do conhecimento cientifico e no aprimoramento das novas profissões nas Américas. Mais recentemente, a enorme influência dos Estados Unidos deve-se não somente à dominação militar mas também à soft power, que inclui a produção de livros nas áreas de administração, marketing, economia, e o ensino de inglês, especialmente as da McGraw Hill — assim enraizando the American way of life no Brasil. Os modelos literários europeus também foram copiados, e muitos autores-tradutores tiveram contato com a estética europeia literária e os modos de fazer literatura da Europa. O cristianismo e o espiritismo se fixaram na América Latina graças às traduções. Houve um forte sincretismo de crenças e ritos africanos, indígenas e até muçulmanos, dando origem a documentos traduzidos. Os contatos linguísticos e culturais do velho mundo com os indígenas continuam. Desde da utilização dos línguas no início da colonização até os intérpretes médicos em aldeias indígenas, e a textualização da literatura indígena por traduções, transferências e contatos linguístico-culturais. Aceitamos trabalhos sobre: o intercâmbio cultural na formação da América Latina; a transferência das ideias culturais, políticas, econômicas, religiosas, frequentemente pela tradução, da América do Norte e da Europa; a transferência das crenças para a América Latina; e a tradução das culturas indígenas.


Os resumos deve seguir as indicações do site do evento abaixo e serem enviados para Dennys Reis (reisdennys@gmail.com) e John Milton (jmilton@usp.br) até o dia 30 de setembro. Aguardamos a participação de todos!!!
Dennys Reis
John Milton

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O tradutor José de Anchieta

Para quem se interessa sobre José de Anchieta como tradutor, aconselho a leitura do artigo de Paulo Edson Alves Filho intitulado As traduções do jesuíta José de Anchieta para o tupi no Brasil colonial disponível aqui.
Percebe-se neste artigo como José de Anchieta criou o primeiro paradigma da História da Tradução brasileira: a tradução-redução. Na busca por equivalentes e correspondentes em língua tupi, Anchieta reduz os símbolos religiosos católicos em símbolos aproximativos da cosmologia indíginea, já que nesta as ideias de pecado, deus, confissão, dentre outras não existe.
Vale a pena ler!

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

História da Tradução de Línguas indígenas no Brasil

Os interessados em tradução de língua indígena ou na história da tradução de línguas indígenas, aconselho a leitura do texto Tradução indígena e diversidade cultural de autoria de Eliane Marques Pereira disponível aqui.
O texto discute sobre o complexo ato de traduzir para as língua indígenas, bem como faz um ótimo histórico sobre o assunto no Brasil desde 1500 até a atualidade.
À leitura!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

José de Ancheita, primeiro autotradutor do Brasil?


Benedito Calixto, Anchieta e Nóbrega na cabana de Pindobuçu, 1920.

Que José de Anchieta era tradutor, isso já é sabido por todos. Como bem ensina a História Literária, Anchieta escrevia peças em Tupi para serem apresentadas aos índios a fim de catequizá-los; todavia, o público português, em especial as crianças portuguesas da colônia, também assistiam a essas dramatizações o que indicava na feitura de um orignal e de uma tradução que nascia quase que instantaneamente uma da outra ou vice-versa.

Logo, já em 1500, Anchieta praticava o que contemporaneamente podemos denominar autotradução. José de Anchieta, portanto, pode ser considerado como nosso primeiro autotradutor na história da tradução brasileira.