domingo, 20 de maio de 2018

CONTRIBUIÇÕES PARA UMA HISTORIOGRAFIA DA TRADUÇÃO

Para quem ainda não conhece, é sempre bom relembrar os trabalhos pioneiros sobre hsitoriografia da tradução no Brasil.

Um deles é a reunião de alguns artigos no número intitulado CONTRIBUIÇÕES PARA UMA HISTORIOGRAFIA DA TRADUÇÃO organizados por John Milton e Márcia Martins em 2010.



A apresentação esboça um pequena metodologia de pesquisa sobre o assunto e logo após seguem os seguintes textos:



A TRADUÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS NO PERÍODO DA EXPANSÃO MARÍTIMA, UMA HISTÓRIA EM CONSTRUÇÃO , CRISTINA DE AMORIM MACHADO


MANOEL JACINTO NOGUEIRA DA GAMA: CIÊNCIA E TRADUÇÃO NO FINAL DO SÉCULO XVIII , ALESSANDRA RAMOS DE OLIVEIRA HARDEN


O PAPEL DA TRADUÇÃO NA PESQUISA CIENTÍFICA BRASILEIRA: PRIMEIROS MOVIMENTOS , CRISTINA CARNEIRO RODRIGUES


UGO FOSCOLO E AS DISCUSSÕES SOBRE A TRADUÇÃO DOS CLÁSSICOS NA ITÁLIA ENTRE OS SÉCULOS XVIII E XIX , KARINE SIMONI


OS TRADUTORES DO QUIXOTE PUBLICADOS NO BRASIL , SILVIA COBELO


ALGUNS ASPECTOS DA PRESENÇA DE EDGAR ALLAN POE NO BRASIL , DENISE BOTTMANN


BREVE HISTÓRIA DA AUTOTRADUÇÃO: OS CASOS DE ANDRÉ BRINK E JOÃO UBALDO RIBEIRO , MARIA ALICE ANTUNES


DA TEORIA ELOCUTIVA DA TRADUÇÃO RENASCENTISTA , MAURI FURLAN


Se quiser conferir os textos, eles estão disponíveis aqui.
Boa leitura!

sábado, 19 de maio de 2018

O intérprete negro no quadro Dança dos Puris (1835)



O quadro Dança dos Puris (1835) de Johann Moritz Rugendas é um poucos registros iconográficos sobre o intérprete negro do século XIX.
A leitura do quadro é muito significativa: o negro atrás do homem branco, possível viajante, interpretando/explicando o que estava acontecendo no ritual indígena. Percebe-se que o militar, que deveria está acompanhando o viajante e era o possível intérprete oficial, está dormindo. Talvez, o negro era o intérprete noturno, obscuro, não visível nos relatos e na historiografia oficial da interpretação.
Análises outras ainda podem ser feitas deste quadro.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

La historia, la traducción y et control del pasado

Um dos melhores livros de metodologia de história da tradução, ao meu ver, é o livro de Samuel López Alcalá intitulado La historia, la traducción y et control del pasado.


O livro traz um aporte teórico e metodológico oriundo da História e tenta debater temas não muito atualizados ou claros para a historiografia da tradução. Perguntas como: Quais os objetos da História da tradução? Quais as metodologias de pesquisa da área? Quais as teorias vigentes da historiografia da tradução? Estas dentre outras são apenas algumas questões que o autor tenta responder.
Recomendo a leitura!
Algumas partes do livro podem ser lidas aqui.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Chamada de Simpósio: Estudos de tradução & feminismos negros






Estão todos convidados a submeterem seus trabalhos no simpósio ST11 - Estudos de tradução & feminismos negros: decolonialismo, intersecionalidade e mulheridades negras.
As inscrições vão até o dia 24 de junho no site do SERNEGRA.

Resumo do simpósio:

Américas, África e Ásia compartilharam em suas histórias a experiência de dominação e opressão implementada pela empresa colonial. Na colonialidade, em suas diferentes expressões, raça e gênero foram os aspectos por sobre os quais a subjugação do colonizador mais pesou sobre o colonizado. Desta forma, as mulheres negras foram mantidas sempre em posição identitária, social, econômica e cultural invariavelmente abjeta. À mulher negra coube, então, resistir e insurgir contra a dupla e diuturna opressão que lhe impunham, a de gênero e a racial. Assim, mesmo engajadas em movimentos de liberação: a independência colonial, a luta antirracista, e o feminismo, as mulheres negras não tinham suas lutas e especificidades respaldadas nas pautas gerais de tais movimentos. No caso do movimento feminista, o chamado feminismo negro surge para endereçar as pautas específicas da mulher negra, a partir de sua posição dentro da estrutura social e das experiências de vida compartilhadas, em uma existência duplamente alijada e silenciada. Inclusive será no feminismo negro que surge o conceito de mulheridades negras, que abrange o conceito de mulher para além do reducionismo biológico. No campo da tradução e interpretação, historicamente a atividade foi exercida majoritariamente por homens brancos e as contribuições de homens negros e mulheres – brancas e negras – invisibilizadas. Não obstante, linhas de estudo como a Teoria Decolonial tem gestado, também na área da Tradução e Interpretação, o posicionamento, a atitude e a luta pela identificação e visibilidade de ‘lugares’ de exterioridade e construções alternativas na América Latina. Somado a isso, a Teoria da Interseccionalidade traz novos olhares para as complexas relações entre Estudos de Tradução, identidades sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação. Exemplo disso são os problemas encontrados no tange à norma padrão, ao preconceito linguístico, à hipercorreção, à revisão e publicação de (re)traduções, bem como à representação e à representatividade da tradução ou dos tradutores e tradutoras/intérpretes na mídia, na literatura, na narrativa historiográfica, na academia e no mercado de trabalho. Nesse sentido, propomo-nos, nesta Seção Temática, a retomar as discussões anteriores – a saber, em 2014, na terceira edição do evento, em que discutimos a “escrita tradutória negra: traduções e tradutores”; e em 2016, na quinta edição, quando "Tradução e Diáspora Negra: entre decolonialismo e antirracismo" foram problematizados. Para a edição de 2018, focalizamos a tradução (escrita ou oral) de, por e para mulheres negras. Portanto, pretendemos entender quem são as tradutoras/intérpretes negras, o que traduzem, como traduzem, para quem e de onde o fazem. Além disso, almejamos alargar o debate para o campo da representatividade e da representação – seja na ficção, na mídia, nas artes, na narrativa historiográfica, no mercado de trabalho, na academia, o que de fato se sabe, se fala, se imagina e se estuda sobre tradutoras/intérpretes negras e traduções de autoras negras. Assim, serão acolhidos trabalhos que versem sobre tais temas, contribuindo para o aprofundamento do debate e, igualmente, relatos de experiências de tradutoras, legendadoras, dubladoras e intérpretes negras ou de agentes de tradução traduzindo produtos de autoria feminina negra.                                                                                     

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Nathalia, uma intérprete amazônica

A história da índia Nathalia, que o padre João Felipe Bettendorff, catequista presente na Amazônia no século XVII, relata em um de seus atos de conversão/condenação dos indígenas, é interessante por dois aspectos: traz uma mulher indígena que não serve somente como biological go-between(isto é, para reproduzir mestiços: Metcalf, 2008), mas como linguistic go-between; e o fato dessa mulher intérpretre ser mais confiável que o índio homem intérprete, confiável a ponto de suas intermediações linguísticas servirem para a decretação de penas de morte. Nas palavras do padre,
(...) e para que se não faça reparo na verdade e sinceridade da intérprete chamadaNathalia, saiba-se que era filha de um dos maiores principais da nação dos Maraunizese irmã uterina do principal Guacaziri, da aldeia Chipiri, mulher de idade, sisuda ediscreta entre seus e os brancos, cuja língua sabia mui bem como doméstica da casa docapitão-mor Manoel Guedes, o qual a tinha concedido para serviço de Deus e d’El ReiNosso Senhor, para poderem seguramente tratar por via dela o capitão-mor Antônio deAlbuquerque e mais ministros os negócios do cabo do Norte, e procederem, até darsentença de morte, fundados na lealdade com que servia de língua para tudo (Bettendorff, 1990, 434)

Nathalia é uma mulher indígena aparentada a importantes chefes e que foi obrigada a se tornar intérprete, escravizada e forçada a aprender a língua dos brancos, tornando-se intermediária linguística em delicadas negociações, o que possibilitou certamente sua confiabilidade diante dos sacerdotes da Igreja. Trata-se de um dos raríssimos intérpretes amazônicos que teve seu nome registrado. Entretanto, seu caso é a exceção que confirma a regra, pois a desconfiança e a suspeita sempre assombraram os colonos europeus que precisavam de intérpretes para exercer seu domínio sobre as terras e os povos conquistados.

terça-feira, 15 de maio de 2018

segunda-feira, 14 de maio de 2018

João Ramalho aponta o caminho de Piratininga a Martim Afonso de Souza


Este quadro de Benedito Calixto é mais uma das pinturas que coloca em evidência a figura do intérprete João Ramalho. O quadro é muito maior, mas ainda se deconhece quem possa ter uma das fotos completas desse quadro.
De toda forma, mais uma fonte icônica para o estudo da iconografia da tradução.

domingo, 13 de maio de 2018

Muira Ubi ou Maria do Espírito Santo Arcoverde, outra intérprete indígena



Maria do Espírito Santo Arco Verde é o nome europeu da Índia tabajara chamada Muira Ubi.

Ela era filha do chefe e cacique Arco Verde (Ubira Ubi). Ficou conhecida por intermediar pela vida do próprio marido com quem teve oito filhos. Se Muira Ubi não tivesse intermediado por ele, Jerónimo de Albuquerque teria sido comido pelos índios canibais.

De fato, Albuquerque, em Janeiro de 1548, caiu derrotado nas mãos de indígenas que o condenaram ao sacrifício. Entretanto, Muira Ubi se apaixonou pelo português e intercedendo por ele junto ao pai, conseguiu o perdão. O matrimônio dos dois intermediou um acordo de paz entre portugueses e tabajaras.

Pouca coisa se sabe sobre essa intérprete.

Aqui está mais uma pesquisa a ser feita!

sexta-feira, 11 de maio de 2018

A Fantástica História (Ainda Não Contada) da Tradução no Brasil



Acaba de ser lançando um livro muito inspirador para os adirmiradores do ofício de traduzir/interpretar das autoras Damiana Rosa de Oliveira e Andreia de Jesus Cintas Vazquez.




O livro é construído numa linguagem fácil e acessível para grande público. Para os iniciantes em história da tradução, o livro traz muitos fatos curiosos. Já para os não-leigos, o livro traz nomes de tradutores, e, especialmente de tradutoras que merecem aprofundamento dos futuros pesquisadores da área.

Aconselho a leitura!

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Maria Velluti - tradutora e atriz

Uma tradutora do século XIX esquecida pela história, mas que fez muita diferença no Oitocentos se chama Maria Velluti. Bruna Feola Monteiro reuniu vários dados sobre essa tradutora em um pequeno texto disponível aqui.
Eis o resumo do texto:

As primeiras traduções de peças teatrais realizadas por mulheres no Brasil datam do século XIX. As portuguesas se destacaram nessa área, como a atriz e tradutora Maria Velluti. Suas traduções são o enfoque dessa comunicação, uma vez que ela foi uma das mulheres que mais traduziram para o português durante o período, sendo assim, responsável pela disseminação de clássicos e sucessos italianos e franceses no Brasil.


Boa leitura!