quinta-feira, 19 de maio de 2016

Boris Schnaiderman


Boris Schnaiderman (1917-2016) foi um importante tradutor no Brasil, especialmente, por dois motivos: primeiro tradutor do par direto russo-português e responsável pela difusão de inúmeros ensaios sobre a cultura e literatura russa. Dentre suas principais obras, podemos citar:
  • Guerra em Surdina: histórias do Brasil na Segunda Guerra Mundial. 3. ed. rev. São Paulo: Brasiliense, 1995. (Ficção) - (Literatura)
  • Guerra em Surdina. 4. ed. rev. São Paulo: Cosac & Naify, 2004. (Ficção) - (Literatura)
  • A poética de Maiakóvski. São Paulo: Perspectiva, 1971. (Debates) - (Literatura)
  • Dostoiévski Prosa Poesia - ensaio
  • Leão Tolstói: antiarte e rebeldia. São Paulo: Brasiliense, 1983.
  • Turbilhão e Semente: ensaios sobre Dostoiévski e Bakhtin
  • Os escombros e o mito: a cultura e o fim da União Soviética. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 306p. (Cultura e Civilização)
  • Tradução: Ato Desmedido - São Paulo: Perspectiva, 2011. 214p. (Debates) - (Tradução)



Em Tradução, Ato desmedido, Schnaiderman nos escreve um pouco de sua trajetória como tradutor e lança algumas reflexões sobre a tradução de obras russas. Tive o prazer de resenhar este livro. Disponível aqui.

Com certeza um grande nome da tradução no Brasil no século XX e XXI, além de grande especialista da cultura russa.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Os estudos de Tradução no Norte-Nordeste do Brasil




Convidamos todos a participarem do X Simpósio Linguagens e Identidades no Grupo de Trabalho "Os estudos de Tradução no Norte-Nordeste do Brasil" coordenado por Dennys Silva-Reis e John Milton que acontecerá na UFAC (Universidade Federal do Acre) entre os dias 7 e 11 de novembro de 2016.
As submissões de trabalho podem ser feitas até dia 08 de julho de 2016 pelo site do evento: http://www.simposioufac.com

Eis o resumo do Grupo de Trabalho:


GT 25. Os estudos de Tradução no Norte-Nordeste do Brasil

Resumo: O Brasil é um país de dimensões continentais com mais de cem universidades públicas em cinco regiões. Além disso, é notável a concentração majoritária da produção intelectual na região Sudeste, o que tem como consequência a falta de comunicação – difusão e intercâmbio – dos conhecimentos produzidos em regiões mais distantes do centro do país, especialmente a região Norte-Nordeste.
Os Estudos de Tradução, disciplina recente nas pós-graduações brasileiras, que tem seu berço em São Paulo com Rosemary Arrojo (1986) e Heloísa Barbosa (1990), no Rio de Janeiro com Paulo Rónai (1976, 1976) e Geir Campos (1986a, 1986b) e em Brasília com Delton de Matos (1980, 1983, 1981), vem cada vez mais ganhando espaço, ora como cursos específicos, ora como disciplinas exclusivas. Prova disso é a publicação da obra Os estudos de tradução no Brasil nos séculos XX e XXI (2013) em que são mostrados os diferentes polos brasileiros desta disciplina, dos quais o Norte e grande parte do Nordeste não fazem parte. Além desta obra, poderíamos mencionar o livro de Lia Wyler – Línguas, poetas e Bacharéis: Uma crônica da tradução no Brasil (2003) – em que, infelizmente, resume a História da tradução no Brasil apenas à região Sudeste, com parcas citações às demais.
Se, por um lado, a historiografia desta disciplina, bem como os grandes centros de seus estudos invisibilizam os estudos de tradução na região Norte-Nordeste, por outro, a produção literária e intelectual e os grandes projetos de pesquisas desenvolvidos na área demonstram que ela é ativa e produz muito conhecimento. Dentre os escritores, tradutores e intelectuais da região poderíamos citar Gregório de Mattos, Odorico Mendes, Tobias Barreto, Nísia Floresta, José de Alencar, Rachel de Queiroz, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Mário Faustino, Thiago de Mello, Milton Hatoum, Márcio Souza, Ferreira Gullar e Luiz Bacellar — apenas alguns nomes que já foram traduzidos no exterior ou que traduziram obras importantes no Brasil. Junto a estes literatos-tradutores muitos são os projetos que visam a história literária e dos impressos desta região, que incluem a tradução em um lugar especial, como o Grupo de Estudos em História Literária (GEHIL) de Germana Sales (UFPA), o de Práticas Socias e Culturais de Leitura e Escrita de Socorro Pacífico Barbosa (UFPB) e o Núcleo de Estudos do Maranhão Oitocentista de Marcelo Cherche (UEMA).
Um fato importante na região Norte é a Zona Franca de Manaus (ZMF) que tem mais de 700 empresas, criada com o intuito de desenvolvimento desta área. Este grande polo industrial abarca inúmeras empresas asiáticas em que serviços de tradução são necessários. Dentre eles, temos a localização de produtos, legendagens de audiovisuais e traduções juramentadas reunidos como processos de execução do comércio exterior entre o Brasil e outros países que possuem filiais de empresas transnacionais e multinacionais no local. No mesmo estado do Amazonas, a co-oficialização, no município de São Gabriel da Cachoeira, de três línguas indígenas (nheengatu, baníua e tucano) ao lado do português, em 2002, certamente deve ter provocado novas instâncias e necessidades de tradução e interpretação.
Para além da tradução escrita, a região Norte é uma área muito propícia ao estudo da tradução oral ou interpretação por dois motivos: a grande concentração de povos indígenas, ditos povos ágrafos, e também por ser região de fronteira, espécie de refúgio migratório nos últimos anos. Os estudos de línguas indígenas e os de suas culturas e literaturas orais revelam o quanto a tradução aproxima os falantes de língua portuguesa dessas culturas até mesmo com o propósito de manutenção de políticas linguísticas de sobrevivência e perpetuação das culturas indígenas (ORLANDI, 2007; CARDOSO, MOTA, MATTOS e SILVA, 2006). Ademais, sabe-se do uso que fazem comunidades indígenas de vídeo por voice-over para legendagem das línguas portuguesa e inglesa. Igualmente, se sabe que o fluxo de migrantes do Brasil para fora e de fora para Brasil é uma constante na região Norte. Muitos foram os brasileiros que saíram dos estados do Amapá e Pará para a Guiana Francesa a fim de trabalhar na região aurífera, tendo como necessidade de sobrevivência o ato da interpretação. Há pouco tempo, soube-se também da entrada de haitianos pelo Acre, acarretando uma demanda de intérpretes para auxiliar tais imigrantes. Há ainda um outro fenômeno atual de interpretação recorrente nesta região, a saber, os intérpretes médicos (QUEIROZ, 2011), que em sua maioria estão na região Norte do país e desempenham um papel singular na instância da saúde pública entre comunidades indígenas e não-indígenas.
O grupo de trabalho visa acolher comunicações que versem sobre os seguintes aspectos no âmbito específico da região Norte-Nordeste:

Tradutores
História e Historiografia
Traduções de obras produzidas na região para o exterior
Estudos de Tradução pós-coloniais
Estudos da Interpretação
Tradução de Línguas indígenas
Possíveis Teorias da Tradução
Terminologias específicas em Tradução
Localização de produtos na região
Legendagem
Tradução Juramentada

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Tradução e Negritude no Brasil

Divulgamos o número 16 da Revista Cadernos de Literatura em Tradução dedicado ao tema Negritude e Tradução organizado por Dennys Silva-Reis (eu) e Lauro Maia Amorim.
Considero o número o primeiro registro de uma revista de Estudos da Tradução dedicada exclusivamente ao tema!