sábado, 31 de dezembro de 2016

Artigo sobre História da Tradução e da Interpretação

Prezados,

Saiu hoje um artigo intitulado História da Tradução: percursos seculares escrito por mim (Dennys Silva-Reis) e John Milton fazendo o percurso da história da tradução e da interpretação no Brasil desde 1500 até o início do século XIX.

Como toda narrativa histórica é um viés de escrita, tentamos neste artigo preencher brechas pouco mencionadas em outros estudos historiográficos.

Eis o resumo do artigo:

O presente ensaio tenta fazer um apanhado geral da história da tradução e da interpretação no Brasil desde o século XVI até os dias atuais. Busca-se mostrar personagens, obras e processos históricos importantes para o domínio dos Estudos de Tradução na América Portuguesa. Depreende-se igualmente os principais paradigmas da História da tradução brasileira a partir dos acontecimentos históricos ocorridos por séculos. Em suma, é uma visão panorâmica e crítica da história brasileira da interpretação e da tradução para os leigos neste domínio.

É possível ler aqui e aqui.

Boa leitura!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Rio Babel






Uma obra importantíssima sobre a história da interpretação e também das línguas no norte brasileiro é o livro Rio Babel: a história das línguas na Amazônia de José Ribamar Bessa Freire.
Este texto traz importantes informações da propagação da língua portuguesa na Amazônia Brasileira, bem como nos fornece importantes dados a respeito da tradução oral na região contemplando um quadro temporal desde 1500 até o século XX.

Vale a pena ler!

sábado, 15 de outubro de 2016

A legendagem da televisão por assinatura do Brasil


Para quem se interessa sobre a história da legendagem e também sua forma de atuação no Brasil, recomendo a dissertação A legendagem da televisão por assinatura do Brasil de Elaine Alves Trindade Nunes disponível aqui.


O trabalho dá um panorama muito bom sobre o surgimento da legendagem no mundo e no Brasil, além de pormenorizar o que realmente está à cabo do legendador.

Eis o resumo:

O objetivo deste trabalho é analisar como é feita a legendagem utilizada pelos canais de televisão por assinatura no Brasil e verificar se é possível identificar um padrão comum a todos eles. A utilização da proposta de padrão de legendagem para a Europa apresentada por Fotios Karamitroglou e a minha experiência na área como tradutora de legendas para TV serviram como base para realizar as análises. O estudo utiliza corpora em língua inglesa, as falas originais dos filmes, e em língua portuguesa, a transcrição das legendas de filmes exibidos pelos canais. A escolha dos canais considerou a relevância que a legendagem tem em sua programação diária. A análise foi feita por meio de comparações entre o corpus da transcrição do original e o das legendas e foram considerados tanto os aspectos técnicos da legendagem quanto os textuais e tradutórios. Os resultados foram compilados e podem servir de base para analisar outros aspectos da tradução para legendas.

Boa leitura a todos!

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Breve histórico da tradução e de seu ensino no Brasil

Posto aqui um artigo interessantíssimo sobre o ensino de tradução no Brasil. A Autora tenta fazer um breve histórico do ensino de tradução no Brasil.


Artigo: Breve histórico da tradução e de seu ensino no Brasil de Luciana Neves Mendes disponível aqui.

Boa leitura a todos!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Conhecendo o Núcleo de Estudos de Tradução Olga Fedossejeva (NET)

O programa de dez minutos apresenta um pouco da história passada e presente do curso de tradução na UFRGS. Um bom início para quem deseja se enveredar pela história da tradução no Sul do Brasil.


Desejo que historiadores da tradução do Sul possam escrever mais sobre sua interessante história que pouco se conhece.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Quadrinhos em Tradução

Acaba de ser publicado um número da revista Tradterm dedicado somente ao tema Quadrinhos em tradução com pesquisas brasileiras na área.
Vale a pena conferir aqui !

Eis o título dos textos:

Especificidades da tradução de histórias em quadrinhos: abordagem inicial

Érico Gonçalves de Assis

Traduções osmosemióticas: escutando em alemão, falando em inglês e desenhando em português

Paula Mastroberti

A tradução das inscrições em Watchmen

Kátia Hanna

Scanlation e o poder do leitor-autor na tradução de mangás

Sabrina Moura Aragão

Procedimentos de tradução em HQs digitais envolvendo a cultura pop

Glauber Lopes da Nóbrega

Literatura e quadrinhos: adaptações de Edgar Allan Poe

Fernando da Silva

As traduções dos nomes próprios nas histórias em quadrinhos: um estudo de caso das tiras de Mafalda, de Quino

Bárbara Zocal da Silva

Uma proposta didática para traduzir as histórias em quadrinhos

Elisângela Liberatti

A (in)visibilidade do intérprete: a representação de Abed em Notas sobre Gaza

Gabriela C.T.N. Nascimento

Tradução de quadrinhos: uma reflexão sobre a identidade cultural pelo viés do estereótipo do judeu na linguagem dos quadrinhos

Gisele Marion Rosa

Dos Classics Illustrated à Edição Maravilhosa: Victor Hugo entre textos e paratextos (1949-1959)

Dennys Silva-Reis, Bárbara Guimarães Lucatelli

Os Quadrinhos de Mawil: Relato de caso

Augusto Machado Paim

"Grito Noturno": sobre uma tradução literária ilustrada

Gleiton Lentz

Entre a impotência e o milagre: a Tradução H.O.O.Q. ou Je vous carmemirandise le mouton sans problème

Fernando Scheibe

Boa leitura a todos!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Textos Literários brasileiros com Tradutores-personagens

A Literatura é uma das fontes fecundas para se estudar mentalidades e imaginários. Muitos são os romances que têm como personagens principais os tradutores/intépretes, entretanto no âmbito brasileiro, menciono alguns:



Traduzindo Hannah, de Ronaldo Wrobel


Degredado em Santa Cruz, de Sonia Sant'Ana



Três Traidores e uns Outros,  de Marcelo Backes



Até o Dia em Que o Cão Morreu, de Daniel Galera

Além desses, menciono os contos:

"O homem que sabia javanês" de Lima Barreto
"Notas ao pé da página" de Moacyr Scliar

E o poema abaixo de Cruz e Sousa:


Embora eu não tenha louros
Como esses grandes heróis
E nem da ideia os tesouros,
Embora eu não tenha louros,
Talvez nos tempos vindouros
Traduza o poema dos sóis,
Embora eu não tenha louros
Como esses grandes heróis. 

Boa leitura a todos!
Quem souber de mais textos de autores brasileiros, aceito contribuições!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

domingo, 25 de setembro de 2016

Rosa Freire de Aguiar

Posto aqui uma entrevista super interessante que Rosa Freire de Aguiar concedeu a ABRALIC em 2016 sobre tradução.
Vale a pena conferir:



quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Curso de Extensão - Introdução à historiografia da Tradução no Brasil - Teoria, Paradigmas e Campos

Prezados,
Deixo abaixo convite para o curso que ministarei na Universidade de São Paulo.





História da tradução é, antes de tudo, história. Não se trata simplesmente de encadear nomes, fatos e datas, mas de construir um saber com recurso bem fundamentado a métodos, dados e fontes. Como se escreve a história? Quantos e quais são os principais paradigmas historiográficos? Como se planeja e se realiza a operação historiográfica? Este curso parte da discussão de objetivos e métodos para traçar as principais linhas de uma história da tradução, tendo como objeto experimental a história da tradução no Brasil. Vamos recorrer a fontes de diversas naturezas: a literatura como testemunho histórico, materialmente impresso, mas também as tradições orais, junto com a iconografia, as imagens em geral, os recursos audiovisuais etc. Cada modalidade de fonte requer uma metodologia particular de análise e de obtenção de dados. A principal ambição do curso é construir um amplo panorama da história da tradução no Brasil, desde os primórdios, quando a interpretação foi fundamental para os empreendimentos coloniais, passando pela formação das primeiras camadas letradas da população, até chegar ao estabelecimento da imprensa, à criação de bibliotecas e à difusão da cultura livresca no século XIX e, mais adiante, ao advento do rádio, do telefone, do cinema, da televisão e de todas as inovações que revolucionaram a sociedade moderna no século XX. Por fim, chegamos à contemporaneidade, marcada ao mesmo tempo pela complexidade e pela fluidez, com todos os desafios teóricos e metodológicos que ela provoca ao exigir novas ferramentas analíticas para sua melhor compreensão.

Inscrições aqui.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

História dos Intérpretes ( do século XVI ao XIX)

Para quem se interessar acaba de ser publicado o artigo "Os intérpretes e a formação do Brasil: os quatro primeiros séculos de uma história esquecida" de Dennys Silva-Reis e Marcos Bagno sobre a história da tradução oral. 
Eis o resumo do texto:
A formação histórica do Brasil muito deveu ao trabalho indispensável dos intérpretes desde o chamado “descobrimento” até bem avançado o século XIX. Neste artigo, destacamos a necessidade de conceder maior visibilidade aos intérpretes e à sua contribuição para a história cultural e linguística do Brasil, de modo que se comece a traçar um retrato mais fidedigno das complexas relações entre línguas, povos e culturas que caracterizaram os quatro primeiros séculos dessa história. Para tanto, destacamos o papel desses agentes culturais para uma reescrita da história da tradução no Brasil. Estes que permanecem marginalizados ou mesmo invisíveis na historiografia geral se tornam aqui agentes primordiais para a formação histórica do Brasil em todas as suas etapas.

O texto está disponível aqui.

Boa leitura à todos !

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Poesia Traduzida no Brasil

Acaba de ser lançando aqui um site com a bela pesquisa de Malova Aseff sobre poesia traduzida no Brasil (1960 a 2000).
Vale a pena dar uma olhada no catálago e também no perfil dos tradutores. Àqueles que pesquisam história da tradução literária o site é um pointe de pesquisa obrigatório.



Parabéns a pesquisadora!
Hisotiadores, avante!

sábado, 11 de junho de 2016

Tradução e Diáspora Negra (V SERNEGRA)



Dennys Silva-Reis e Cibele de Guadalupe S. Araújo, estão coordenando uma Seção Temática sobre Tradução e Diáspora Negra, no V SERNEGRA, evento que ocorrerá entre os dias 20 e 23 de novembro, em Brasília. As inscrições para comunicações orais já estão abertas. Assim, convidamos a todos(as) os interessados a juntarem-se a nós e colaborarem para o enriquecimento e aprofundamento das discussões acerca de tão relevante tema. Seguem, abaixo, o resumo de nossa Seção Temática (ST 03) e o link para a página do evento/inscrições. 


ST 03 - Tradução e diáspora negra: entre decolonialismo e antirracismo

Dennys Silva-Reis (UnB) & Cibele de Guadalupe Sousa Araújo (IFG)



Segundo a Teoria Decolonial, a Modernidade está intrinsecamente ligada à Colonialidade e a suas formas de dominação e opressão, notadamente a racial e a de gênero, que avassalaram, sob a desculpa do impulso/princípio civilizatório, povos nas Américas, África e Ásia. Catherine Walsh (2009) esclarece que a Teoria Decolonial se investe não do objetivo de demarcar a transição do período colonial ao seu sucessor ou de reverter o colonial, mas de gestar e incitar a postura, a atitude e a luta contínua, marcadas pela resistência, insurgência e mobilização, para a identificação e visibilidade de ‘lugares’ de exterioridade e construções alternativas na América Latina. Somando a essa Teoria, nas reflexões antirracistas de inúmeros pensadores (dentre eles Amílcar Cabral, Franz Fanon, Jean Price-Mars, Paul Gilroy, Abdias Nascimento, Milton Santos) e nas repercussões dos inúmeros movimentos que deram voz ao ser negro nos diversos cantos do mundo (ao Renascimento Negro nos Estados Unidos, à Negritude na França e nas Antilhas de língua francesa, ao Indigenismo no Haiti, ao Negrismo nas Antilhas de língua espanhola e o Pan-africanismo na África Subsaariana, ao Quilombismo nas Américas), propagam-se a resistência, insurgência e mobilização contra a colonialidade do poder, do saber e do ser considerado superior aos das ex-colônias. Dentro das perspectivas decolonial e antirracista, o papel da tradução, afastada dos princípios de fidelidade e pressupostos de superioridade cultural balizados em sua vertente tradicional, quando figurou como importante instrumento na imposição do poder colonial, imbuída, com o Cultural Turn, dos debates políticos e ideológicos por trás da manipulação do texto traduzido, e, finalmente, eleita, com as colaborações dos estudos pós-coloniais, como local de negociação cultural, é de extrema relevância no que tange à solidariedade entre os povos que sofrem os mesmos preconceitos, à construção de discursos, à partilha de ideias antirracistas e também à difusão cultural a favor da identidade negra. Portanto, a presente Seção Temática visa abranger, dentre outros, os seguintes temas: a difusão de autores negros (literatos ou não), a tradução de literatura negra, a recepção de obras estrangeiras cujo discurso seja antirracista ou de identidade negra, obras de autores negros brasileiros no exterior, o mapeamento da diáspora negra em tradução e os tradutores negros.

Inscrições no site:

http://sernegraifb.wix.com/sernegra

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Boris Schnaiderman


Boris Schnaiderman (1917-2016) foi um importante tradutor no Brasil, especialmente, por dois motivos: primeiro tradutor do par direto russo-português e responsável pela difusão de inúmeros ensaios sobre a cultura e literatura russa. Dentre suas principais obras, podemos citar:
  • Guerra em Surdina: histórias do Brasil na Segunda Guerra Mundial. 3. ed. rev. São Paulo: Brasiliense, 1995. (Ficção) - (Literatura)
  • Guerra em Surdina. 4. ed. rev. São Paulo: Cosac & Naify, 2004. (Ficção) - (Literatura)
  • A poética de Maiakóvski. São Paulo: Perspectiva, 1971. (Debates) - (Literatura)
  • Dostoiévski Prosa Poesia - ensaio
  • Leão Tolstói: antiarte e rebeldia. São Paulo: Brasiliense, 1983.
  • Turbilhão e Semente: ensaios sobre Dostoiévski e Bakhtin
  • Os escombros e o mito: a cultura e o fim da União Soviética. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 306p. (Cultura e Civilização)
  • Tradução: Ato Desmedido - São Paulo: Perspectiva, 2011. 214p. (Debates) - (Tradução)



Em Tradução, Ato desmedido, Schnaiderman nos escreve um pouco de sua trajetória como tradutor e lança algumas reflexões sobre a tradução de obras russas. Tive o prazer de resenhar este livro. Disponível aqui.

Com certeza um grande nome da tradução no Brasil no século XX e XXI, além de grande especialista da cultura russa.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Os estudos de Tradução no Norte-Nordeste do Brasil




Convidamos todos a participarem do X Simpósio Linguagens e Identidades no Grupo de Trabalho "Os estudos de Tradução no Norte-Nordeste do Brasil" coordenado por Dennys Silva-Reis e John Milton que acontecerá na UFAC (Universidade Federal do Acre) entre os dias 7 e 11 de novembro de 2016.
As submissões de trabalho podem ser feitas até dia 08 de julho de 2016 pelo site do evento: http://www.simposioufac.com

Eis o resumo do Grupo de Trabalho:


GT 25. Os estudos de Tradução no Norte-Nordeste do Brasil

Resumo: O Brasil é um país de dimensões continentais com mais de cem universidades públicas em cinco regiões. Além disso, é notável a concentração majoritária da produção intelectual na região Sudeste, o que tem como consequência a falta de comunicação – difusão e intercâmbio – dos conhecimentos produzidos em regiões mais distantes do centro do país, especialmente a região Norte-Nordeste.
Os Estudos de Tradução, disciplina recente nas pós-graduações brasileiras, que tem seu berço em São Paulo com Rosemary Arrojo (1986) e Heloísa Barbosa (1990), no Rio de Janeiro com Paulo Rónai (1976, 1976) e Geir Campos (1986a, 1986b) e em Brasília com Delton de Matos (1980, 1983, 1981), vem cada vez mais ganhando espaço, ora como cursos específicos, ora como disciplinas exclusivas. Prova disso é a publicação da obra Os estudos de tradução no Brasil nos séculos XX e XXI (2013) em que são mostrados os diferentes polos brasileiros desta disciplina, dos quais o Norte e grande parte do Nordeste não fazem parte. Além desta obra, poderíamos mencionar o livro de Lia Wyler – Línguas, poetas e Bacharéis: Uma crônica da tradução no Brasil (2003) – em que, infelizmente, resume a História da tradução no Brasil apenas à região Sudeste, com parcas citações às demais.
Se, por um lado, a historiografia desta disciplina, bem como os grandes centros de seus estudos invisibilizam os estudos de tradução na região Norte-Nordeste, por outro, a produção literária e intelectual e os grandes projetos de pesquisas desenvolvidos na área demonstram que ela é ativa e produz muito conhecimento. Dentre os escritores, tradutores e intelectuais da região poderíamos citar Gregório de Mattos, Odorico Mendes, Tobias Barreto, Nísia Floresta, José de Alencar, Rachel de Queiroz, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Mário Faustino, Thiago de Mello, Milton Hatoum, Márcio Souza, Ferreira Gullar e Luiz Bacellar — apenas alguns nomes que já foram traduzidos no exterior ou que traduziram obras importantes no Brasil. Junto a estes literatos-tradutores muitos são os projetos que visam a história literária e dos impressos desta região, que incluem a tradução em um lugar especial, como o Grupo de Estudos em História Literária (GEHIL) de Germana Sales (UFPA), o de Práticas Socias e Culturais de Leitura e Escrita de Socorro Pacífico Barbosa (UFPB) e o Núcleo de Estudos do Maranhão Oitocentista de Marcelo Cherche (UEMA).
Um fato importante na região Norte é a Zona Franca de Manaus (ZMF) que tem mais de 700 empresas, criada com o intuito de desenvolvimento desta área. Este grande polo industrial abarca inúmeras empresas asiáticas em que serviços de tradução são necessários. Dentre eles, temos a localização de produtos, legendagens de audiovisuais e traduções juramentadas reunidos como processos de execução do comércio exterior entre o Brasil e outros países que possuem filiais de empresas transnacionais e multinacionais no local. No mesmo estado do Amazonas, a co-oficialização, no município de São Gabriel da Cachoeira, de três línguas indígenas (nheengatu, baníua e tucano) ao lado do português, em 2002, certamente deve ter provocado novas instâncias e necessidades de tradução e interpretação.
Para além da tradução escrita, a região Norte é uma área muito propícia ao estudo da tradução oral ou interpretação por dois motivos: a grande concentração de povos indígenas, ditos povos ágrafos, e também por ser região de fronteira, espécie de refúgio migratório nos últimos anos. Os estudos de línguas indígenas e os de suas culturas e literaturas orais revelam o quanto a tradução aproxima os falantes de língua portuguesa dessas culturas até mesmo com o propósito de manutenção de políticas linguísticas de sobrevivência e perpetuação das culturas indígenas (ORLANDI, 2007; CARDOSO, MOTA, MATTOS e SILVA, 2006). Ademais, sabe-se do uso que fazem comunidades indígenas de vídeo por voice-over para legendagem das línguas portuguesa e inglesa. Igualmente, se sabe que o fluxo de migrantes do Brasil para fora e de fora para Brasil é uma constante na região Norte. Muitos foram os brasileiros que saíram dos estados do Amapá e Pará para a Guiana Francesa a fim de trabalhar na região aurífera, tendo como necessidade de sobrevivência o ato da interpretação. Há pouco tempo, soube-se também da entrada de haitianos pelo Acre, acarretando uma demanda de intérpretes para auxiliar tais imigrantes. Há ainda um outro fenômeno atual de interpretação recorrente nesta região, a saber, os intérpretes médicos (QUEIROZ, 2011), que em sua maioria estão na região Norte do país e desempenham um papel singular na instância da saúde pública entre comunidades indígenas e não-indígenas.
O grupo de trabalho visa acolher comunicações que versem sobre os seguintes aspectos no âmbito específico da região Norte-Nordeste:

Tradutores
História e Historiografia
Traduções de obras produzidas na região para o exterior
Estudos de Tradução pós-coloniais
Estudos da Interpretação
Tradução de Línguas indígenas
Possíveis Teorias da Tradução
Terminologias específicas em Tradução
Localização de produtos na região
Legendagem
Tradução Juramentada

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Tradução e Negritude no Brasil

Divulgamos o número 16 da Revista Cadernos de Literatura em Tradução dedicado ao tema Negritude e Tradução organizado por Dennys Silva-Reis (eu) e Lauro Maia Amorim.
Considero o número o primeiro registro de uma revista de Estudos da Tradução dedicada exclusivamente ao tema!



sexta-feira, 4 de março de 2016

"Leite derramado" de Chico Buarque

Pesquisando sobre os romances de Chico Buarque, encontrei que o livro "Leite derramado" foi traduzido em várias línguas. Em todas, o título condiz com o de língua portuguesa, exceto em francês que o título já entrega de cara a trama inteira do romance "Quand je sortirai d'ici". 
Perguntas sem respostas:
Maneira francesa de traduzir? 
"Belles infidèles" contemporâneas?


Edição Brasileira


Tradução alemã por Karin von Schweder-Schreiner, Vergossene Milch



 Tradução espanhola por Ana Rita da Costa García, Leche derramada


Tradução inglesa por Alison Entrekin, Spilt Milk


Tradução italiana por Roberto Francavilla, Latte versato



Tradução francesa por Geneviève Leibrich, Quand je sortirai d'ici

O que vocês acham?
O estudo das capas também daria o que falar!

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

BARÃO DE VILA DA BARRA, tradutor de Dante

Francisco Bonifácio de Abreu (1819-1887), conhecido por ser o barão da Vila da Barra, foi um médico, parlamentar e poeta brasileiro.
Foi autor de várias obras científicas e literárias, dentre estas últimas estão “Tersina” (romance em versos, publicado na Bahia, em 1848), “Palmira, ou a ceguinha brasileira” (Bahia, 1849), “Moema e Paraguassu” (ópera lírica).
Entretanto, poucos se recordam que ele também traduziu “A Divina Comédia”, de Dante Aliglieri. Talvez, uma das primeiras traduções feitas no Brasil.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Traduções perdidas de Castro Alves





O famoso poeta brasileiro Castro Alves também escreveu para o teatro. Muitas de suas peças são pouco conhecidas e estudadas. Entretanto, o que chama atenção é que Castro Alves foi também tradutor de teatro. Tem-se notícias que ele traduziu Clarinha e Clarim (no original, La Dot de Cécile) do dramaturgo francês Gabriel-Zéphirin Gonyn de Lurieu (1792- 1869) e também Os pomos do meu Pomar, vaudevile de autor não identificado, representada no teatro Santa Isabel em Recife.
Seria muito interessante achar esses originais e cotejar suas traduções.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Filinto de Almeida também era tradutor


Francisco Filinto de Almeida, mais conhecido como Filinto de Almeida, foi poeta e destacou-se no meio literário e também jornalístico. Português de nascimento, mas naturalizado brasileiro, fez parte da Academia Brasileira de Letras.

Foi esposo de Júlia Lopes de Almeida e utilizava diversos pseudônimos: Filindal, Chico Férula, A., A. Bomtempo, A. Julinto (com Júlia Lopes de Almeida), Munícipe Urbano, João da Luz, Justo Leal, P. Talma e Zé Bananal.

Colaborou junto com Júlia Lopes para o Jornal do Comércio com o folhetim A casa verde. É conhecido, especialmente, por sua última obra Cantos e cantigas (1915), coletânea poética.

Poucos sabem que Filinto de Almeida foi igualmente tradutor. E suas traduções ainda são inéditas. Traduziu, em particular, com colaboração de Valetim Magalhães, o teatro do escritor espanhol José Echegaray y Eizaguirre (No seio da morte, Lo que no puede decirse, Amostra de uma Sogra). E é também de sua lavra uma versão da ópera Cavalleria rusticana de Pietro Mascagni.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Pedro Macedo de Aguiar, tradutor de Alphonse Daudet



Pedro Francisco de Aguiar (1851- ?) foi doutor em Medicina no Rio de Janeiro e professor de francês na Escola Naval. Como dramaturgo escreveu a peça Fernando, apresentada perante o Imperador. E em 1880, traduziu a peça O Obstáculo do autor francês Alphonse Daudet. Esta foi representada no Teatro Lucinda em 7 de outubro de 1891.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

As adaptações de Georges Moustaki

Para quem se interessa por traduções de músicas, um caso muito especial são as traduções de Georges Moustaki de músicas brasileiras para a sociedade francesa como por exemplo Águas de Marços/ Les Euax de Mars, veja abaixo:




Manuel Ramos em seu artigo L’adaptation par Georges Moustaki de chansons brésiliennes (disponível aqui) faz um estudo peculiar sobre essas traduções/adaptações.
Vale a pena conferir!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Simpósio História e Historiografia da Tradução do ENTRAD




Para aqueles que querem aprender mais ou mostrar suas pesquisas em Historiografia da Tradução no Brasil, já estão abertas as inscrições para o ENTRAD 2016 (Encontro Nacional de Tradutores) promovido pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM TRADUÇÃO (ABRAPT).

O simpósio de História e Historiografia da Tradução será coordenado por John Milton (USP) e Márcia do Amaral Peixoto Martins (PUC-RJ). Eis o resumo do simpósio:

Nas últimas décadas, observou-se um crescente interesse pela história e historiografia da tradução, campo que está se consolidando no Brasil, constituindo áreas temáticas e simpósios em congressos sobre Estudos da Tradução e dando origem a publicações como Emerging Views on Translation History in Brazil, CROP (2001), e os números especiais de Tradução em Revista (2010/1 e 2015/1). Ainda há, no entanto, muitas questões a serem exploradas, como desafios em termos metodológicos, a delimitação do campo de estudo, as interfaces com outros campos disciplinares e o desenvolvimento de áreas de pesquisa, sobretudo a da história da tradução no Brasil.
A sessão coordenada da área temática “História e historiografia da tradução” contemplará trabalhos inéditos com ênfase em aspectos metodológicos e teóricos, em ligações com outras disciplinas, especialmente a História, e em estudos historiográficos sobre a tradução no Brasil ou em outras regiões/culturas. Há possibilidade de publicação de coletânea com trabalhos selecionados por parte de editora internacional.
***
In recent decades, there has been a growing interest in the history and historiography of translation, a field that has been growing and becoming more consolidated in Brazil. This can be seen in congresses in the area, which have regularly featured sessions and symposia on history and translation, and publications such as Emerging Views on Translation History in Brazil, CROP (2001), and special issues of Translation in Review (2010/1 and 2015/1). There are still, however, many questions to be explored, such as challenges in terms of methodology, the delimitation of the field of study, interfaces with other disciplines and the development of research areas, especially the history of translation in Brazil. The thematic area "History and Historiography of Translation" will consider previously unpublished papers, especially those with an emphasis on methodological and theoretical aspects, connections with other disciplines, especially others areas of historical studies, and historiographical studies on the translation in Brazil or in other regions / cultures. There is possibility of a collection of selected papers being published by an international publisher.

Mais informações: http://www.abrapt.ileel.ufu.br

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Cadê as traduções de Modesto de Abreu ?



Modesto de Abreu (1901-1996) foi jornalista, professor, cronista, autor didático e tradutor. Colaborou para diversos periódicos e foi diretor de inúmeras instituições. Foi doutor em filosofia pela faculdade de Filosofia do do Rio de Janeiro e pertenceu a diversas academias de letras. Escreveu muitas peças de teatro e é extramente lembrado por seu texto sobre o primeiro centenário do teatro no Brasil, publicado no Jornal do Brasil em 1938.

Infelizmente, ainda não se conseguiu localizar nenhuma de suas traduções. Todavia, pelo gabarito de sua pessoa, pode-se inferir que traduziu bastante. Seria de grande valia se alguém pesquisasse sobre elas para sabermos o quê, de fato, traduziu e que autores traduziu.

Fica aí a dica de uma boa pesquisa.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Pepa Martins de Abreu, tradutora portuguesa no Brasil


Pepa Martins de Abreu  Melo Vieira (1890-1962), foi atriz, escritora e jornalista. Usou o nome artístico de Pepita de Abreu. Nasceu em Lisboa, mas veio para o Rio de Janeiro em 1919 no elenco da Companhia Maria Matos e aqui ficou até 1946.
No Rio de Janeiro, foi redatora das publicações do Jornal do ComércioBoa Noite. Escreveu para as revistas Boa Tarde e Mato de Arlequim e traduziu as comédias francesas Asas Partidas e Missa do Galo, representadas no Rio de Janeiro. 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Jonathas Abbott, médico-tradutor


Jonathas Abbott, nasceu em Londres, em 6 de agosto de 1796, e morreu em Caminho Novo do Gravatá, 8 de março de 1868. Naturalizou-se brasileiro e atuou como médico formado pela Escola de Cirurgia da Bahia.
Ficou muito conhecido por seus escritos em Anatomia e teve várias agremiações científicas nacionais e estrangeiras. Além disso tudo, foi tradutor de teatro. Dentre duas traduções encontram-se: Pizarro ou Os Hespanhoes no Peru, traduzido do inglês, e Tartufo de Molière, traduzido livremente.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Adelina Lopes Vieira - a versão tradutora




Adelina Lopes Vieira, que nasceu em Lisboa em 20 de setembro de 1850 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 2 de fevereiro de 1923, ficou conhecida no Brasil como escritora de contos infantis. Entretanto, poucos sabem que também foi tradutora e adapatora de livros didáticos para crianças junto com sua irmão Júlia Lopes.
Uma de suas traduções oficialmente conhecidas é a comédia teatral A Terrina, de Ernesto Hervelly.
Possivelmente tenha adaptado (ou traduzido livremente) livros estrangeiros didáticos e contos dos Irmãos Grimm.
Seria ótimo se alguém aprofundasse o estudo sobre Adelina Lopes como tradutora.